A Pulga e o Carneiro
Certo dia,
uma pulga que morava no pêlo macio de um cachorro, sentiu um agradável cheiro
de lã.
- Que será
isso?
Deu um
salto e viu que o cachorro adormecera encostado à pele de um carneiro.
- Esta
pele é exactamente o que preciso - disse a pulga - é mais espessa e mais macia,
e principalmente mais segura. Não corro o risco de ser encontrada pelas patas e
pelos dentes do cachorro, que a toda hora me procuram. E a pele do carneiro
deve ser, certamente, mais agradável.
Então, sem
mais pensar, a pulga mudou-se de casa, saltando das costas do cachorro para a
pele do carneiro. Porém a lã era espessa, tão espessa que era difícil
atravessá-la para chegar até a pele. Tentou e tornou a tentar, separando
pacientemente os fios, procurando laboriosamente um caminho. finalmente atingiu
as raízes dos pelos, mas eles eram tão juntos que ficavam praticamente
encostados uns nos outros. A pulga não encontrou sequer um furinho através do
qual pudesse atingir a pele do animal.
Cansada,
banhada em suor e profundamente desapontada, a pulga resignou-se a voltar para
o cachorro. Porém o cachorro não estava mais lá.
Pobre
pulga! Chorou dias a fio de arrependimento por seu erro.
Leonardo da Vinci
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